Tendências para o futuro e segredos técnicos: saiba tudo em entrevista com o arquiteto do Pulse, Ronaldo Rezende

Vamos começar com uma apresentação profissional sua?

Sou arquiteto e Urbanista. Formado pela Unisinos em 1979, com 46 anos de experiência no mercado, tendo iniciado minha trajetória ainda no início da academia. Inicialmente com muitos trabalhos de decoração, mas logo evoluindo para projetos de edificações. Até que em 1982 fundei o studio que leva meu nome até hoje, atualmente junto com meu filho e sócio Raul Rezende e uma equipe de quase 20 pessoas.

 

Quais são os principais diferenciais de uma edificação de qualidade na sua opinião?

Sou suspeito, obviamente, mas acompanhando tendências internacionais e o design está em evidência como nunca. Além da funcionalidade, é também o design que assina uma edificação de qualidade. Isso, para mim, é um diferencial básico para um edifício de alto padrão como, por exemplo, o Pulse. Ninguém, imagino, acha prazeroso chegar num prédio feio, bem como transitar numa rua, ou avenida, de prédios carentes de design.

 

E quais os maiores desafios para iniciar um projeto desse porte?

Projetar ao mesmo tempo um edifício funcional com um design atual e belo. Acertar apenas a funcionalidade pode gerar um design muito ruim e esse é o grande desafio: forma e função em harmonia.

 

Como você acha que é construído um legado urbano? O que essas edificações têm que ter?

Uma das grandes missões do arquiteto é devolver o sítio urbano do projeto contratado muito melhor do que o recebido para projetar. Quando percebemos as milhares de pessoas que passarão pelo prédio e serão impactadas pelo design, positiva ou negativamente, conforme o resultado final edificado, além das pessoas que usufruirão dela, nos damos conta do tamanho de nossa responsabilidade para com a rua, o bairro ou cidade e isso não é pouca coisa. Quando bem projetado, o legado urbano é grande, pois interfere positivamente no bem estar das população.

 

Como você se inspira para desenhar um projeto onde diferentes famílias com diferentes histórias vão conviver?

Inicialmente percebendo quais as reais necessidade dos futuros ocupantes, seja residencial, comercial ou de serviços e há sempre muito a pensar, pois o que se projeta agora só será ocupado 4 anos a frente, ou mais. A partir daí, vamos ao mesmo tempo “esculpindo” o que imaginamos para o local onde será construído o imóvel. É um trabalho que exige muita criatividade, pois sempre procuramos projetar algo inusitado e que tenha muito valor agregado. O mercado imobiliário exige uma resposta comercial no menor tempo. Por essa razão, além do fato de sermos autorais, temos isso como nosso grande desafio.

 

E para o futuro? Quais as principais tendências que moldarão as edificações?

Ainda é muito cedo para termos clareza do que virá, pois a pandemia inevitavelmente impactará a maneira como vivemos hoje. Mesmo assim, dá para imaginarmos uma maior exigência por áreas verdes, mais espaços ao ar livre, sacadas e terraços privativos, ambientes mais adaptados para trabalhar em casa, estacionamento com tomadas para alimentar carros elétricos, etc. Quase tudo isso já tem no Pulse que foi projetado faz mais de 3 anos.

 

Como isso impacta a forma de as pessoas olharem para seus lares?

Pós pandemia, apenas num exercício de suposição, as pessoas deverão buscar melhores condições de vida, seja na cidade, no campo, na serra ou na praia, como tem ocorrido, pois as regiões anteriormente apenas de lazer, de fim de semana, ou de temporada, estão lotadas de moradores em busca disso, pois as habitações atuais não atendem às novas demandas do “bem morar” moderno, pós pandemia.

 

E na arquitetura urbana, como isso se traduz?

O Novo urbanismo já apregoa muito do que falei acima, pois imagina espaços urbanos mais amigáveis, agradáveis e convidativos ao convívio das pessoas, em harmonia com o entorno e com a natureza.

 

Agora um pouquinho Pulse:

Quais inspirações levaram ao projeto final do PULSE?

Desde o início, imaginamos uma edificação voltada para pessoas em sintonia com o modo de viver moderno. Para quem necessita morar ou trabalhar no local, com uma série de serviços para quem quer aproveitar melhor seu tempo e sua vida.

 

Quando um arquiteto projeta um rooftop, o que ele está pensando?

Em ocupar um espaço nobre, antes destinado apenas ao telhado e áreas de serviço (reservatório, casa de máquinas, etc) e agora destinado ao lazer dos moradores, com áreas verdes, sol e vistas para o entorno. Sem esquecer que este espaço foi retirado do solo e agora é devolvido ao ambiente.

 

Quais os benefícios práticos de uma fachada em vidro e alumínio?

Os benefícios são de estética e de durabilidade.

 

O que gostaria de dizer para quem vai morar no Pulse?

O Pulse foi pensado há 4 anos e demonstra claramente estar em sintonia com o mercado atual, mesmo pós pandemia. Isto atesta o acerto do projeto e comprova as idéias acima.